Era
uma vez um suinocultor que amava sua criação. Cuidava dos porcos
com muito carinho. Todavia, sua pocilga nada tinha de higiênica.
Entendia que os suínos só se sentiriam bem num ambiente
malcheiroso, cheio de lama. Mas resolveu tentar uma mudança. Será
que seus animais se adaptariam num local bem limpo? Assim fez.
Defronte à pocilga fétida, construiu uma com todos os requintes de
assepsia: água abundante; vasilhames novos; alimentação
balanceada; banhos diários dos animais com escovação e xampu;
iluminação adequada e outros benefícios.
Passados três meses, o
criador estava feliz da vida. Seus porcos cresciam saudáveis e
ganhavam peso mais rapidamente. Restava demolir a antiga e fedorenta
pocilga. Antes de fazê-lo, pensou com seus botões:–
Será
que os meus queridos porcos se esqueceram mesmo da antiga morada?
Será que estão condicionados ao novo tratamento e não mais se
lembram da velha e imunda habitação? Os porcos são passíveis de
regeneração?
Era
preciso ter certeza disso. Certo dia abriu a porta das duas pocilgas
e ficou observando. Cinco minutos depois, saiu o primeiro dos cinco
suínos e correu para a pocilga imunda; depois mais um, mais outro e,
finalmente, todos voltaram à velha habitação: “O
cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada, ao espojadouro
de lama” (2ª
Pe 2.22). É possível que haja homens assim, que amem a imundície?
É possível, apesar das portas que o Evangelho abre para um viver
longe da sujeira do pecado. Há os que estão com seus corações tão
endurecidos que só lhes resta “certa expectação horrível de
juízo e ardor de fogo” (Hb 10.27). Sábia é a palavra que
diz:“Não
deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas
pérolas” (Mt 7.6) e “não fales aos ouvidos do tolo, porque
desprezará a sabedoria das tuas palavras” (Pv 23.9).