Por
que precisamos orara se Deus já sabe de tudo o que vamos dizer e do
que precisamos?
Na
verdade Ele não sabe somente disso Ele sabe de muito mais do que
isso! O salmista Davi declarou que “no Teu livro foram escritos
todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem
um deles havia ainda” (Sl 139:16). Então tomando essa afirmação
do salmista Davi e, por base, a sua pergunta gostaria de aprimorar
mais ainda o seu questionamento. Por que precisamos viver se nossa
vida toda já está definida? Simples, imagine-se num sofá
assistindo sua vida passando como se você fosse apenas um mero
espectador de sua existência, vamos supor que em um determinado
momento dessa vida você assaltasse um banco, matasse o caixa e
pegasse 60 anos de prisão por causa disso. Você acharia justo você
sofrer isso sendo que você na verdade não viveu nada daquilo? Acho
que não! Então por que eu vivo? Por que temos que viver uma vida
definida? Simples, temos que vive-la para que todo o nosso senso de
justiça seja satisfeito, temos que vive-la para que possamos nos
considerar réu e juiz de nós mesmos, mas esse nosso julgamento vai
apenas reafirmar algo que já haveria de acontecer. Tenho que viver
para que quando alguém me julgar de ter roubado um banco e matado o
caixa eu possa dizer “sim, eu fiz isso porque vivi uma vida, e na
vida que vivi eu fiz isso” ou “não, eu não fiz isso porque vivi
uma vida, e na vida que vivi eu não fiz isso”. Se formos julgados
de ter cometido um mal numa vida em que não vivemos o nosso senso de
justiça nunca vai aceitar esse julgamento, e com muita razão de não
aceita-lo não acha? Mas,
além disso, há uma outra simples razão do porque devemos orar, e
essa razão é porque toda ação divina nesse mundo não acontecesse
somente por ação divina, ou seja, toda ação divina é também
composta por uma participação humana. Se lermos toda a Bíblia
veremos que para tudo o que Deus faz há uma participação humana.
Por exemplo, vamos pegar a abertura do mar vermelho em Êxodo 14 e
15. Acho que não precisamos discorrer sobre a impossibilidade que o
homem tem de fazer algo dessa magnitude, acho que só a expressão
“abertura do mar” como que dividindo o mar em dois já é
grandiosa demais para imaginarmos que isso possa ser proveniente de
mãos humanas, ou seja, sabemos que foi Deus quem fez isso, mas
quando lemos a Bíblia, ou quando assistimos esse episódio em filmes
ou desenhos animados, diante do espetáculo imaginável da abertura
do mar vemos na base inferior da pintura do mar se abrindo a figura
de um homenzinho vestido de vestes longas e braços erguidos, diante
das duas gigantescas ondas que correm como um exército romano rumo a
guerra cada qual em uma direção oposta, vemos um homenzinho, um
rabisquinho em forma de homem de braços erguidos ao céu. Acho que a
abertura do mar chama tanto nossa atenção que nos esquecemos desse
risquinho, desse rabisco em forma de homem diante da abertura do
mar. E
agora lhe questiono, será que sem esse risquinho, esse rabisco em
forma de homem o mar se abriria? O que você acha? Bem vamos ler a
história como um detetive atrás de evidências a fim de encerrar o
caso. Bem, vemos em Ex 14:16 a seguinte ordem “E tu, levanta o teu
bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de
Israel passem pelo meio do mar em seco”. Ou seja, se Moisés não
chegasse às margens do mar e estendido as mãos, ele nunca seria um
rabisco em forma de homem diante da abertura do mar porque o mar
nunca teria sido aberto. Moisés tinha que fazer a parte dele, a
participação dele tinha que existir para que todo o resto
acontecesse. Então, voltando ao questionamento, por que orar? Muito
simples, como o mar da sua vida vai se abrir se você não fizer a
sua parte? A abertura do mar já era uma coisa concreta antes de
Moisés erguer os braços, mas se ele não tivesse feito isso, se ele
não tivesse erguido os braços o mar jamais teria sido aberto.