Hoje
em dia, mesmo entre os mais críticos do meio acadêmico, já é
bem-aceita a ideia de que o Evangelho de Lucas e o livro dos Atos dos
Apóstolos tem um mesmo autor. O autor do livro de Atos inicia sua
obra citando um “primeiro livro”, o que é considerado pelos
estudiosos com uma indicação sobre a primeira parte do mesmo
documentário histórico, preparado objetivamente para um
destinatário específico chamado “Teófilo”. Fica claro, ao
examinarmos o próprio contexto da obra, que o uso sistemático dos
pronomes “nós” e “nos” se referem à estreita amizade que
havia entre o autor de Atos e o apóstolo Paulo
(At16.10-17;20.5-21.18;27.1-28.16). Outros textos nos garantem que
Lucas era médico (Cl 4.14: At 1.3;3.7;9.18,33; 13,11;28.1-10). Lucas
da mesma forma que Paulo, atendeu ao chamado missionário para
proclamar o Evangelho aos macedônios, foi responsável pela obra de
discipulado e edificação da igreja de Filipos por cerca de seis
anos e , mais tarde, acompanhou as lutas e a grande obra e
Evangelização realizadas por Paulo em Roma. Durante o período de
prisão domiciliar do apóstolo, escreveu o livro de Atos.
O
mais antigo testemunho externo sobre Lucas, como autor de Atos,
aparece no Cânon Muratório no ano 170 d.c. Nesse documento está
claro o registro de que Lucas foi autor tanto do terceiro Evangelho
quanto da obra “Atos de todos os Apóstolos”. No ano 325 d.c.,
Eusébio, um dos chamados “pais da igreja”, publica sua obra
“História Eclesiástica” na qual reafirma categoricamente a
autoria lucana desses livros.
Propósitos
Os
grandes historiadores da antiguidade tinham o habito de iniciar o
segundo volume de suas obras com uma sinopse da primeira e, logo em
seguida, uma visão geral sobre o conteúdo abordado na segunda,
Lucas, portanto, resumiu em At 1.1-3 seu primeiro livro; o tema
segundo é apresentado por meio de uma citação do próprio Senhor
Jesus: “...recebereis poder quando o Espirito Santo descer sobre
vós, e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém, como melhor
e mais eloquente registro sobre a expansão da Igreja de Jesus Cristo
e da religião cristã, desde o dia da descida do Espirito Santo, no
dia de pentecoste (o quinquagésimo dia após o sábado da semana da
Páscoa, portanto o primeiro dia da semana Lv 23.15,16). A
tradicional celebração judaica chamada “festa das semanas”, ou
“Festas dos Primeiros Frutos”, é também conhecida como
“Pentecostes” (Dt 16.10; Êx 23.16).
O
livro de Atos narra a saga da Igreja até as obras que Jesus Cristo,
o Messias e Filho de Deus, começou a realizar na Terra e, mais
tarde, continuou através do Seu Espirito Santo, agindo na vida dos
seus discípulos em todas as partes do mundo. O mesmo Espirito que
habitou a vida de Lucas, Paulo, Pedro, Estevão e os demais servos do
Senhor, habita o ser de cada crente sincero em nossos dias, e assim
será até a volta gloriosa de Jesus o Rei dos Reis (1ª Tm 6.14,15).
Data
da Primeira Publicação
A
maioria dos mais reconhecidos estudiosos acredita que o livro de Atos
foi escrito durante o período do primeiro aprisionamento do Apóstolo
Paulo; com este relato Lucas encerra sua narrativa durante o período
do primeiro aprisionamento do Apóstolo Paulo; com este relato Lucas
encerra sua narrativa histórica. Portanto, por volta do ano 63 d.c.,
o autor não faz nenhuma revelação e ou previsão quanto a um
segundo mandato de prisão nem sobre de Paulo. Se Lucas tivesse tão
aguardado conhecimento do tão aguardado resultado do julgamento de
Paulo, por que não o registrou ao final de Atos (At 28.30). A ideia
prevalecente é que Lucas já havia narrado tudo o que sabia e lhe
fora possível não serem irrefutáveis, é relevante o fato de o
livro não conter nenhuma alusão aos importantes fatos posteriores
ao fim dos dois anos de prisão de Paulo, por volta de 67 d.C., a
profanação e destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.,profetizada
por Jesus Cristo quase 40 anos antes do ocorrido (Mt 24.2).
Bíblia
King James Atualizada.