1ª João


Propósitos

O conteúdo desta carta demonstra o grande amor e carinho espiritual que o apóstolo João tinha por seus “filhinhos na fé”, bem como a sua preocupação com a correta evangelização do mundo. O estilo joanino é inconfundível na sua obra, posto que ele emprega “ilustrações contrastantes” em profusão: luz e trevas (1.6-7; 2.8-11); amor ao mundo e amor a Deus (2.15-17); filhos de Deus e filhos do Diabo (3.4-10); o Espírito de Deus e o espírito do anticristo (4.1-3); amor e ódio (4.7-12, 16-21).O gnosticismo, que na época de Pedro já provocava algumas baixas espirituais expressivas na Igreja, ainda que em sua forma embrionária e primitiva, agora chama também a atenção de João e o leva a escrever combativamente, buscando livrar a Igreja desse diabólico engodo. Os cristãos estavam a ser envolvidos por uma forma ceríntia da filosofia gnóstica (expressão derivada do grego gnoses, que significa “conhecimento”), que questionava o fato de Jesus ser perfeitamente humano. Essa heresia helenista tinha apelos racionais bem ao gosto dos pagãos, como o dualismo e a libertinagem, e repudiava qualquer forma de restrição moral. Por essa razão João escreve essa sua primeira epístola considerada a sua primeira carta circular às igrejas da província da Ásia com dois objetivos fundamentais: desmontar todos os argumentos filosóficos heréticos que estavam a aliciar os cristãos em toda a província da ásia naquele momento(2.26); e, reafirmar aos crentes a convicção da salvação em Jesus Cristo, perfeitamente Deus e perfeitamente Homem (5.13). Para tanto, João foi contundente e atacou a flagrante falta de moral dos falsos mestres que viviam no meio da Igreja (3.8-10), e lembrou à Igreja da sua autoridade como testemunha ocular da deidade e humanidade do Senhor Jesus, confirmando a fé dos seus leitores no Cristo encarnado (1.3). Saber que os seus filhos na fé estavam andando na sã doutrina era sua maior alegria como bom pastor (1.4).

Data da primeira publicação

A tradição cristã unânime em afirmar que o apóstolo João assou os seus últimos anos de vida na província de Éfeso, um dos centros urbanos mais importantes do Império romano. A ausência de referências pessoais nesta carta indica que ela foi redigida em estilo homilético a fim de servir como material de estudo e pregação para todos os cristãos da Ásia Menor. Os eruditos atuais concordam que essa carta tenha sido escrita logo depois do Evangelho segundo João, e antes da perseguição implementada por Domiciano no ano 95 d.C. Estudos históricos e arqueológicos recentes apontam para o ano 89 d.C., como a data da sua primeira publicação.

Esboço geral de 1.ª João

1. Fundamento da vida cristã autêntica (1.1-5)
2. O verdadeiro significado de andar na luz (1.6 – 2.2)
3. Atitudes práticas decorrentes da fé em Cristo (2.3-28) 
A. Obediência irrestrita às ordens do Senhor (2.3-5)
B. Uma vida diária semelhante a Cristo (2.6)
C. Demonstrações práticas do amor de Deus (2.7-11)
D. Santificação: separação da vida mundana (2.12-17)
E. Permanecer em Cristo e na fé ortodoxa (2.18-28)
4. O caráter justo testemunha a nossa filiação (2.29 – 3.24) 
A. Nossa filiação a Deus por Cristo é real (2.29 – 3.3)
B. Devemos buscar a pureza em Cristo (3.4-10)
C. O amor fraterno é a essência da justiça (3.11-18)
D. Os resultados da verdadeira justiça (3.19-24)
5. A importância de exercer o discernimento espiritual (4.1-6)
6. O amor, o maior sinal da nossa filiação divina (4.7-21)
A. A origem da nossa filiação divina (4.7,8)
B. O sentido dessa filiação divina (4.9,10)
C. A motivação que vem da filiação (4.11-16)
D. O exercício diário do serviço cristão (4.17-21)
7. As grandes e definitivas certezas do cristão (5.1-20)
 A. Quanto a todas as filosofias do mundo (5.1-4)
B. Quanto ao caráter eterno de Cristo (5.5-12)
C. Quando à realidade da Salvação (5.13)
D. Quanto realidade da Oração (5.14-17)
E. Quanto à veracidade do Evangelho (5.18-20)
8. Nada pode ocupar o lugar central e absoluto de Cristo (5.21).

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