Autoria
e data
O
autor do quarto Evangelho é João, discípulo por quem Jesus tinha
especial carinho, amizade e respeito
(13.23;19.26;20.2;21.7;20.24).Somente uma testemunha ocular dentre o
círculo mais íntimo dos seguidores do Senhor, como João, poderia
fornecer tantos detalhes particulares como os que são citados nesse
livro(12.16;13.29). Relatos especiais e algumas vezes indiretos da
presença ou participação de João, são outros argumentos que
comprovam sua autoria (1.37-40;19.26;20.2,4,8;21.20,24). Os pais da
igreja como Irineu e Tertuliano declaram que João escreveu esse
Evangelho, e todas as demais evidências corroboram com essa
declaração. O fragmento de uma antiga cópia (datada do século),
indica que o original é bem mais antigo e pertence seguramente ao
período em que João vivia. Teólogos, biblistas e arqueólogos
respeitáveis em todo o mundo concordam que a mais provável data de
autoria do Evangelho de João esteja entre o final dos anos 50 da era
e antes da terrível destruição de Jerusalém, no ano 70 d.c.
Propósitos
Vários
e mundialmente reconhecidos pensadores e estudiosos apresentam
diferentes interpretações quanto aos objetivos de João ao escrever
seu Evangelho. Clemente de Alexandria chegou a declarar que João
teria escrito para suplementar os relatos dos Evangelhos sinóticos.
Outros afirmam que João escreveu para pregar uma mensagem cristã
que fosse atraente ao sistema de pensamento helênico. E, outros
ainda, acreditam que João desejava complementar teologicamente as
doutrinas apresentadas nos demais Evangelhos, para combater as formas
de heresias que começavam a florescer em seu tempo, bem como opor se
aqueles que ainda seguiam fanaticamente as orientações de João
Batista.
Contudo,
o comitê internacional de tradução da Bíblia Kong James
Atualizada, decidiu, simplesmente, dar evidencia á própria palavra
de João acerca do proposito que teve ao escrever seu Evangelho:
“Verdadeiramente Jesus realizou, na presença dos seus discípulos,
muitos outros milagres, que não estão escritos neste livro. Estes,
entretanto, foram escritos para que possais acreditar que Jesus é o
Cristo, o filho de Deus, e para que crendo, tenhais em Seu Nome”(João
20.30-31).
Desde
o prefácio do livro (1.1-18), com seu ponto alto“vimos a Sua
Glória” (v.14), até a confissão de Tomé:“Meu Senhor e meu
Deus”(20.28), o leitor é constantemente motivado a render-se
incondicionalmente em adoração sincera e absoluta a Deus. O Senhor
Jesus Cristo surge mais do que um simples homem sábio e poderoso,
muito mais que uma representação da Divindade na terra. Jesus é o
verdadeiro e único Deus, que se fez pessoa humana e habitou entre
nós.
Toda
via os judeus, esperando pelo seu Messias(Cristo), necessitavam de
uma prova indiscutível sobre a reivindicação de Jesus de ser o
prometido unigênito do Antigo Testamento, E João, preocupado que a
ninguém faltasse essa convicção e a mensagem principal do
Evangelho, apresenta essas provas em profusão. Milagres, ensinos e
pregações selecionados dentre apenas cerca de vinte dias dos três
anos de ministério publico de Senhor são publicados com o objetivo
de comprovar a posição de Jesus Cristo como Filho de Deus. Vários
sinais milagrosos realizados pelo Senhor revelam não somente o Seu
poder divino, mas igualmente atestam Sua glória como único e
verdadeiro “Eu Sou” (o nome de Deus em hebraico).
- A água transformada em vinho;
- Comerciantes inescrupulosos e animais para sacrifícios expulsos do templo;
- O filho do nobre curado à distância;
- O paralítico curado no sábado;
- As multiplicações de pães e peixes;
- O caminhar tranquilo e onipotente sobre as águas revoltas;
Todos
esses milagres e maravilhas revelam quem é Jesus Cristo e o que Ele
faz.
Passo
a passo, João descreve Jesus como a fonte da nova vida, a água da
vida, e o pão dessa nova e eterna vida. Até seus próprios inimigos
batem em retirada e se rendem perante o “Eu Sou”, que seguiu
confiante para Jerusalém, onde se ofereceu voluntariamente, e,
sacrifício eterno pela humanidade, por meio do seu sofrimento e
crucificação(18.5,6).
O
logos (a palavra, em grego)eterno se fez carne (humanizou-se) e fez
da terra sua habitação temporária com a finalidade de salvar o ser
humano das amarras do pecado, da condenação eterna e restaurá-lo à
comunhão original e ideal com Deus(1.14), bem como a uma vida de
santidade(estilo de vida em que a expressão sincera de adoração a
Deus e amor ao próximo ocupam lugar de prioridade absoluta).
Por
meio exclusivo de Sua Graça, homens fracos e corrompidos encontraram
a necessária qualificação para serem habitados por Seu
Espirito(14.20) e, finalmente, para terem acesso ás “mansões
eternas” (14.2,3). Em Sua própria pessoa, Jesus cumpre o sentido
principal das grandes profecias bíblicas e todas as celebrações do
Antigo Testamento. Jesus vence até mesmo a morte e a sepultura, e
lega a todos os seus seguidores, de todos os tempos, uma notável
herança para que Sua missão siga e seja completada até o final dos
tempos, quando de Seu glorioso retorno.
Estendendo-se
de eternidade a eternidade, o quarto Evangelho une o destino tanto de
Judeus como de gentios(todos os que não são judeus), como parte de
toda a criação, á ressurreição do Cristo encarnado e
crucificado. Nosso Logos Eterno.
Bíblia
King James Atualizada