Balança
Utensílio
de origem caldeia, símbolo místico da justiça, quer dizer, da
equivalência e equação entre o castigo e a culpa (CIRLOT, 1984, p.
112); não é apenas um signo zodiacal, mas em geral o símbolo da
justiça e do comportamento correto, da medida, do equilíbrio; em
muitas culturas, representa a imagem da jurisdição, da justiça
terrena, da “Iustitia” com os olhos vendados, que não se deixa
influenciar durante a avaliação da culpa.
Também
no além, segundo a doutrina ética de muitas religiões no que se
refere à remissão dos pecados, ocorre um julgamento que decide
sobre o peso das boas e das más ações realizadas na terra; assim
como, por exemplo, o julgamento dos mortos dos antigos egípcios, no
qual o deus Osíris, na presença de Maat, a deusa da justiça, pesa
o coração do morto e decide sobre seu destino ultraterreno. O ato
de pesar as ações terrenas encontra-se presente também nos
julgamentos do além dos antigos persas e dos tibetanos.
Na
Grécia, com a balança, Zeus inflige ao homem seu destino. No
cristianismo a balança é símbolo e atributo eminente do juiz
universal no fim dos tempos; ele decide, com a balança na mão, se
aquele que se encontra defronte à cadeira do juiz divino deve ser
designado ao paraíso do céu ou aos tormentos eternos do inferno
(BIEDERMANN, 1994, p. 49).
Cegueira.
É
símbolo da ignorância e do “deslumbramento”, mas também da
imparcialidade e do abandono ao destino, e desse modo exprime o
desprezo pelo mundo exterior face à “luz interior”. Por este
motivo, adivinhos (Tirésias) e poetas (Homero) da antiga Grécia
eram representados como cegos, e dizia-se com freqüência que os
cegos viam segredos reservados aos deuses. Na antiga Roma, Amor
(cupido) muitas vezes era representado com olhos fechados, como
símbolo do amor terreno que despreza toda a razão. Quando, de
acordo com o Evangelho, Jesus fez com que cegos vissem, esse fato foi
considerado nos primórdios do cristianismo como símbolo da
iluminação espiritual por meio do ensinamento do Salvador. Isidoro
de Sevilhas (570—636 d.C.) interpretou o pecado original de Adão e
Eva como obscurecimento do mundo, uma cegueira que só com o
aparecimento de Cristo teria sido suprimida. Como conseqüência, na
Idade Média a “Sinagoga”, personificação do judaísmo, teria
sido representada com olhos vendados, pois se recusava a ver a luz da
salvação. – Também a deusa da sorte, Fortuna, era representada
com os olhos vendados, assim como a Justiça, a personificação
dessa virtude, que “sem ver a pessoa” pesa decisões (Balança).
(Biedermann 1994, p. 83)
Espada
Em
primeiro lugar, a espada é o símbolo do estado militar e de sua
virtude, a barreira, bem como de sua função, o poderio. O poderio
tem um duplo aspecto: o destruidor (embora essa destruição possa
aplicar-se contra a injustiça, a maleficência e a ignorância, e
por causa disso, tornar-se positiva); e o construtor, pois estabelece
e mantém a paz e a justiça (Chevalier, 2002, p. 392). É aplicada
contra a injustiça, maleficência e ignorância. Tornando-se
positiva, ela estabelece e mantém a paz e a justiça. De acordo com
Udo Becker (1999, p. 101), quando associada com o símbolo da
Justiça, simboliza a decisão, a separação entre o bem e mal,
sendo misericordiosa com o primeiro e golpeando e punindo o segundo.
É a força máxima para punir o culpado e perdoar o inocente.
(Becker, 1999, p. 101).
Temis
É
uma divindade grega por meio da qual a justiça é definida, no
sentido moral, como o sentimento da verdade, da equidade e da
humanidade, colocado acima das paixões humanas. Por este motivo,
sendo personificada pela deusa Têmis, é representada de olhos
vendados e com uma balança na mão. Ela é a deusa da justiça, da
lei e da ordem, protetora dos oprimidos. Na qualidade de deusa das
leis eternas, era a segunda das esposas divinas de Zeus, e costumava
sentar-se ao lado do seu trono para aconselhá-lo. Teria
partido dela o conselho ao deus para proteger-se com a Efígie
(Aigis), a fim de vencer a luta contra os gigantes. Dizia-se a
respeito de Têmis que ela teve a ideia de provocar a Guerra de
Tróia para livrar a Terra do excesso de população (KURY, 1999, p.
372). Era filha do Céu (Urano) e da Terra (Gaia) , portanto é filha
do Espírito e da matéria. Mãe das Horas, que regiam as estações
do ano, e das Moiras. Por suas virtudes e qualidades, Têmis foi
respeitada por todos os deuses. Sua grande sabedoria só era
comparável à de Minerva. Suas opiniões eram sempre acatadas. Mais
do que a Justiça, Têmis encarna a Lei. Seu casamento com Zeus
exprime como o próprio deus pode ser submetido a ela, que ao mesmo
tempo é sua emanação direta. Tradicionalmente é representada cega
ou com uma venda aos olhos para demonstrar sua imparcialidade. Numa
visão mais moderna, é representada sem as vendas, significando a
Justiça Social, para qual o meio em que se insere o indivíduo é
tido como agravante ou atenuante de suas responsabilidades. Os pratos
iguais da balança de Têmis indicam que não há diferenças entre
os homens quando se trata de julgar os erros e acertos. Também não
há diferenças nos prêmios e castigos: todos recebem o seu quinhão
de dor e alegria. Ela foi aceita entre os deuses do Olimpo. Simboliza
o destino, as leis eternas, divinas e morais; é a justiça emanada
dos deuses, assim nos seus julgamentos não há erro. Ela carrega as
tábuas da lei, que desempenham o papel de ordem, união, vida e
princípios para a sociedade e para o indivíduo, e uma balança que
equilibra o mundo segundo leis universais entre o caos e a ordem.
(Grimal, 1997, p. 435)
Martelo
Também
chamado de malhete, o martelo do juiz, todo em madeira, é,
juntamente com a deusa Thêmis e a balança da justiça comutativa,
um dos mais fortes e conhecidos símbolos do direito e da justiça. A
origem para seu significado é controversa, alguns autores ligam-no à
mitologia grega, para a qual a figura do martelo liga-se à do deus
Hefesto, divindade do fogo, dos metais e da metalurgia, conhecido
como o ferreiro divino. Outros
autores fazem referência ao antigo cajado utilizado pelos sacerdotes
judeus e cristãos, que, quando presidindo os cultos ou reuniões
públicas, o utilizavam para chamar a atenção da assembleia. No
Direito o martelo representa o sinal de alerta, respeito e ordem para
o silêncio.
Trono
Função
universal de suporte da glória, do poder, da manifestação da
grandeza humana e das Instituições. É um lugar de concentração
de poder de quem nele se assenta (Chevalier;
Gheerbrant
, 2002, p. 911).
Observação:
Na
sua vida terrena, você verá constantes injustiças acontecerem.
Simplesmente a vida terrena não é justa. Isto não significa que a
justiça não exista. Significa que a justiça pertence ao mundo
espiritual.
Fiquem na Paz de Cristo