Quando Paulo escreveu sobre as responsabilidades dos cônjuges, ele observou que as esposas deveriam ser submissas a seus esposos (Efésios 5:22-24). Ele ordenou ainda mais que os esposos deveriam amar suas esposas (Efésios 5:25-29). Este amor (na língua grega, "agape") não é de puro sentimento ou mesmo a expressão de palavras vazias, mas é antes o resultado de uma escolha moral e expressa-se em ação. Elcana, pai do profeta Samuel do Velho Testamento, evidentemente amava profundamente sua esposa Ana (1 Samuel 1:1-8). Ele expressou seu amor por ela através de sua generosidade. Além do mais, este tipo de amor busca o bem estar de outros independente do tratamento com que eles retribuem. O apóstolo Paulo descreveu o caráter deste amor em 1 Coríntios 13:4-7. As responsabilidades de amor e submissão incluem outras específicas.
Por
exemplo, para amar sua esposa, o esposo tem que se comunicar com ela.
Para procurar o melhor bem estar da esposa, ele precisa entender as
necessidades e desejos dela. Mais uma vez, observando o exemplo de
Elcana e Ana, quando ela estava triste por causa de sua esterilidade
e da provocação de sua rival, Elcana procurou descobrir a causa de
sua angústia (1 Samuel 1:4-5, 8). Se o esposo comunica a razão para
suas decisões, torna-se muito mais fácil para a esposa submeter-se.
Sem comunicação adequada entre cônjuges, é extremamente difícil,
talvez impossível, ter-se um bom casamento. Comunicação franca
entre esposo e esposa permite a cada um entender melhor o outro,
evitando muitos desentendimentos. A participação nas opiniões,
sonhos e temores através da comunicação permite uma intimidade que
ajuda a unir o casal.
Honestidade
Todos os bons casamentos exigem honestidade e discrição de ambos. Tanto esposo como esposa deverão empenhar-se em sempre falar a verdade um ao outro (Efésios 4:25; Colossenses 3:9). Bons casamentos dependem da confiança e uma mentira descoberta destrói essa confiança. A esposa que descobre que seu esposo mentiu para ela em um assunto imaginará que ele no futuro estará mentindo também sobre outros assuntos . . . mesmo que ele esteja falando a verdade. Infelizmente, aqueles que praticam o engano com frequência acreditam arrogantemente que são muito inteligentes para "serem apanhados". O mentiroso pode frequentemente cobrir seu engano por algum tempo, mas as mentiras costumam ser descobertas. A esposa que esconde informação de seu esposo está também praticando o engano, uma forma de desonestidade. A suspeita que resulta quando o engano é descoberto ameaça a bela intimidade possível num casamento.
Discrição
Quando
duas pessoas vivem juntas ainda que por curto período de tempo, elas
podem aprender algumas coisas nada lisonjeiras sobre um e outro. Num
bom casamento, o esposo não falará destas faltas de sua esposa com
outros. Ele protegerá a reputação dela à vista dos outros,
enquanto trabalhará para ajudá-la a melhorar nessas áreas. De modo
semelhante, a esposa não discutirá as fraquezas de seu esposo com
outras pessoas. A prática de tal discrição encorajará maior
intimidade na comunicação dentro do casamento. Cada parceiro
sentir-se-á bem partilhando com o outro os pensamentos mais
particulares porque ele ou ela sabe que estes pensamentos não serão
revelados a outros.
Fidelidade
Sexual
Poucas
coisas destroem um casamento mais depressa do que a infidelidade
sexual. Num bom casamento, cada parceiro tem não somente de se
abster de atos abertos de impureza sexual, mas não deve dar ao outro
causa para suspeita. O esposo precisa evitar que seus olhos se fixem
na direção de outras mulheres e a esposa tem que ser cuidadosa para
que seu comportamento a respeito de outros homens seja puro (Mateus
5:27-28).
Respeito
O resumo feito por Paulo das responsabilidades do esposo e da esposa em Efésios 5:33 revela que a submissão da esposa envolve respeito ao seu esposo. Do mesmo modo, o esposo não deverá tratar sua esposa como inferior a ele porque ela voluntariamente aceitou uma posição de submissão (1 Pedro 3:7). Em vez disso, ele deverá tratá-la com dignidade e consideração. Ele não deve diminuí-la nem tratá-la com aspereza ou amargura simplesmente porque Deus lhe deu autoridade na família (Colossenses 3:19).
Altruísmo
O
egoísmo está na base de um número incrível de dificuldades
matrimoniais. É extremamente difícil viver com alguém que sempre
pensa só em si mesmo. Cuidar de uma criança é trabalho duro porque
ela não tem consideração com as necessidades e desejos dos outros.
Suas necessidades precisam ser satisfeitas imediatamente ou ela fará
com que seus pais saibam de sua infelicidade por meio de gritos
estridentes! Como adultos, já deveremos ter ultrapassado tal
egoísmo, mas infelizmente alguns esposos agem bem dessa mesma
maneira. Se as coisas não são feitas como lhes serve, eles ficam
trombudos ou têm ataques de cólera, muito parecidos com os das
crianças que não sabem de nada melhor. A mulher virtuosa de
Provérbios 31 sacrificava-se, trabalhando para prover a sua casa
(Provérbios 31:10-31). Cada cônjuge [amadurecido] deverá estar
querendo pôr as necessidades e desejos do outro antes do seu
próprio, se necessário (Filipenses 2:4; 1 Coríntios 13:5), e os
que são infantis não deveriam casar-se!
Paciência
A
paciência é o lubrificante que evita que o casamento se aqueça
demais quando os problemas provocam atrito entre os parceiros. Uma
falta de paciência, no mais das vezes, resulta em decisões
insensatas ou irritação. Tiago deu bom conselho quando escreveu
"Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar,
tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de
Deus" (Tiago 1:19-20). A paciência é aquela qualidade que
permite a uma pessoa suportar com calma serenidade uma situação que
não é ideal ou desejável (longanimidade; Gálatas 5:22; Efésios
4:2; Colossenses 3:12). A impaciência é quase sempre uma forma de
egoísmo na qual nos tornamos furiosos porque as coisas não estão
acontecendo do modo que queremos que aconteçam. Haverá muitas
ocasiões durante um casamento nas quais as coisas não serão
ideais!
Humildade
Algumas
pessoas não querem admitir nenhuma falha. É inevitável que um
cônjuge peque contra o outro. A humildade é a qualidade que
permite-nos reconhecer nossa própria falibilidade, admitir nossas
faltas e pedir perdão àqueles que tivermos maltratado. A
pressuposição de que sempre sabemos o que é melhor ou que nunca
cometemos nenhum erro é uma forma de arrogância. Tal arrogância é
oposta ao amor (1 Coríntios 13:4). Num bom casamento, ambos os
parceiros servirão um ao outro fazendo muitos pequenos favores. A
arrogância não permite a "atitude servil" (João
13:1-15). A humildade também ajuda a perdoar os outros que pecam
contra nós, porque nos lembra que nós mesmos somos falíveis e
frequentemente necessitamos ser perdoados (Efésios 4:31-32;
Colossenses 3:13). No decorrer de um casamento, haverá muitas
oportunidades para perdoar seu cônjuge! Ofensas não perdoadas
tendem a ser como feridas não curadas, inflamadas; elas afetam
severamente a saúde da relação.
Quando
alguém está procurando um bom companheiro ou simplesmente tentando
melhorar uma relação conjugal existente, estes princípios ajudarão
a assegurar um casamento bem sucedido. De fato, muitos desses traços
característicos que promovem um casamento bem sucedido podem ser
aplicados praticamente em qualquer relação humana para torná-la
melhor!
por
Allen Dvorak