Êxodo
3.1-15
O
exemplo do chamado de Moisés como Divino e não humano, ou seja, o
chamado parte de Deus para o homem e não o contrário. Deus é quem
escolhe e chama seus servos para a obra que precisa ser realizada.
Quando nos vemos diante dos desafios que nos surpreendem e muitas
vezes não somos nós quem os enfrentamos, pois somos enfrentados por
eles sentindo-nos impotentes diante da grandeza dos problemas ao
redor. Contudo se tivermos a consciência de que Deus é quem chama e
dá as ferramentas, bem como as condições emocionais e espirituais
que precisamos, podemos agir com tranquilidade.
Você
sabe qual o seu chamado?
Vamos
refletir sobre nossa vocação espiritual baseando no chamado de
Moisés:
1-
As circunstâncias do chamado: v.1-9
Uma
causa do chamado é o lamento daqueles que sofrem e precisam de
alguém que da parte de Deus possa socorrê-los. No caso de Moisés
os escravos judeus precisavam de um libertador e Deus o chamou para
essa missão (v.7). Quando Deus envia alguém é em resposta às
orações e necessidades de seu povo. O clamor dos aflitos é a causa
do chamado (v.9). Assim a missão deve ir de encontro aos desafios da
comunidade e sociedade ao redor da Igreja.Os riscos e dificuldades
não significam que Deus não está apoiando ou aprovando o enviado.
Na verdade os obstáculos servem para revelar a grandeza e o poder de
Deus. Quanto maior a dificuldade, maior será o milagre. Os grandes
homens de Deus foram chamados em meio a impossibilidades e não
tiveram medo de correr riscos, rompendo as barreiras que lhe eram
impostas.
O chamado enfrenta os desafios!
2-
A legitimidade do chamado: v.10-13
A
legitimação do chamado é uma comprovação dada por Deus descrita
em Moisés através de seu contato pessoa com Deus, o “EU SOU” de
quem ele ouvia as orientações. Isso dava ao povo a certeza de que
Deus estava com eles sendo mais Poderoso que o Faraó considerado
como divino. Moisés se via pequeno diante do desafio, mas tinha um
Deus maior ainda do que ele e qualquer outro problema (v.13,14). Ao
perguntar a Deus qual é o seu nome, Moisés demonstra sua
necessidade de conhecer a Deus intimamente para ser fortalecido para
o chamado tendo a consciência da presença de Deus. Ao revelar seu
Nome, o Senhor não se preocupa com a estética da palavra e nem com
adjetivos, mas com sua essência e ação libertadora. Deste modo, o
Senhor se revela como Deus que age, realiza e permanece com o seu
povo. A missão deve ser prioridade no exercício da vocação. O
enviado não pode perder de vista o objetivo que lhe deu o chamado.
Precisa ter os olhos atentos às oportunidades ao seu redor a partir
da realidade, por pior que esta seja a princípio.
O chamado é confirmado por Deus!
3-
O propósito do chamado: v.14,15
Primeiramente
que o chamado vem de Deus. Ele é quem vê e escolhe quem vai fazer
Sua obra. A Igreja pode ajudar na capacitação anunciando a Palavra
de Deus, ensinando, discipulando e acolhendo os chamados, mas não
pode escolher quem vai ser chamado por Deus. Moisés sabia que
seu direcionamento provinha do ver intenso de Deus que podia
orientá-lo de forma correta. As dificuldades para enfrentar o
chamado eram enormes: o deserto, a distância, enfrentar o Faraó e
outras. Contudo a maior dificuldade enfrentada por Moisés foi
entender quem ele era diante de Deus e do povo. Essa crise foi
solucionada quando pôde compreender que simplesmente era um homem
chamado por Deus para libertar seu povo. No relato da vocação de
Moisés, os termos enviar, ir e caminhar são muito usados. Isso
prova que o chamado não acontece na inércia e nem mesmo para esta.
O vocacionado precisa agir, se mover, buscar o que lhe foi proposto
por Deus como Missão. O termo xalah (enviar) é repetido oito vezes
nos capítulos 3 a 5 de Êxodo se referindo a Moisés como enviado em
um sentido literal da palavra como lançado por Deus à Missão que
recebeu. Outro termo muito usado é halak (ir, caminhar)
consequentemente enfatizado por mostrar a correspondência de Moisés
ao chamado Divino. Deus o enviou e Ele foi obedecendo ao envio
Divino. O chamado produz atitude! Deus te chama e capacita!
Conclusão:
Percebemos
a centralidade da ação Divina no chamado. O agente principal é
Deus e não o homem usado por Deus. Deus é quem vê os problemas
enfrentados pela comunidade, bem como a pessoa disposta era usada por
Ele e assim vocaciona enviando a pessoa certa para o lugar certo.
Este é o segredo do sucesso da Missão. A narrativa do chamado e
envio de Moisés passou a se modelo de outras descrições de
chamados como o de Gideão, Isaías e Jeremias que seguem a mesma
sequência:
1º
apresenta a circunstância de luta e sofrimento do povo oprimido
pelos inimigos.;
2º
mostra a finalidade do chamado missionário;
3º
a reação do enviado sentindo-se surpreso e impotente diante do
desafio;
4º
a ocupação de cada um no momento do envio, estando trabalhando
quando foram chamados.
Essa
tipologia na retratação de chamados demonstra a importância dada
ao chamado de Moisés como modelo para outros homens e mulheres de
Deus que se seguiram após ele. Certamente tinham em mente que
estavam dando continuidade à missão de Moisés. O mesmo acontece
conosco hoje quando resistimos ao chamado de Deus. Mas o Senhor nos
valoriza e sabe o potencial que temos, além nos capacitar para
realizar sua obra. Aceite o chamado de Deus para sua vida!